por Lisa Abreu
Assistir televisão nas tardes dos finais de semana deixou de ser uma atividade recomendada para a família há muito tempo. E digo isso com conhecimento de causa.
Estava em casa numa tarde de sábado com meu esposo e filho, controle remoto em punho, procurando – sem sucesso, claro – algo interessante para assistir na TV, quando de repente surge na tela aquele famoso programa que insiste em arranjar namorado para quem quer que seja, como se algo duradouro fosse realmente sair dali. O tal programa, não se contentando em servir de minutos de fama a alguns anônimos ociosos, buscou uma “celebridade” para alavancar sua audiência. Porém o mais incrível ainda estava por vir.
A “celebridade-super-famosa” escolhida era – pasmem – aquela jovem que veio à mídia por causa de um vestido curto (e rosa) e que por dias a fio preencheu os noticiários com sua história. Foi nesse momento em que eu me vi diante da grande inversão de valores dos nossos tempos. E agora, já não falo mais da moça em si, ou de sua conduta, mas de todas as tendências torpes que vemos de uns tempos pra cá.
Os ganhadores do prêmio Nobel passaram a ocupar as notas de rodapé dos jornais para dar cada vez mais espaço às inutilidades da vida contemporânea. Como se já não bastassem todas as propagandas que nos incentivam ao consumo exagerado, nos oferecendo coisas que podemos perfeitamente viver sem, mas que a partir de agora serão indispensáveis para a sobrevivência.
Este é o século das superficialidades, do desnecessário, da sobra, daquilo que não faz diferença e que chama atenção como se fosse o mais importante. É como se os olhares estivessem todos voltados para as revistas em quadrinhos quando o tratado de Kioto está dando sopa em cima da mesa. Agora mais do que nunca as pessoas valem aquilo que aparentam ser, valem o que ostentam. Isso me faz lembrar uma frase de Rosseau, que diz: “Como seria agradável viver entre nós se a postura exterior sempre fosse a imagem das disposições do coração...”
O banal toma conta da sociedade e a envolve perpassando cada setor desta. Reflete na educação dos filhos, nos casamentos, no nosso trabalho e, infelizmente, até nas nossas igrejas. Que concorrência desleal, ein?
Não há sequer um canal cristão em rede aberta que possua uma programação diversificada, com qualidade e que ofereça uma alternativa para salvar os nossos finais de semana.
Resta-nos os bons filmes em DVD!
5 comentários:
Hehe, TV nem é mais opção na minha lista, Lisa.
Como um bom cinéfilo, digo que filmes sempre serão melhores que a programação pífia da TV - no cinema, por exemplo, pelo menos dá pra escolher o que assistir, né? - a televisão está tão ruim que não temos nem opção!
É isso aí. Mande mais textos como este que teremos muito prazer em publicar! =D
@gustavogui
T-7 Staff
Cara, realmente quando invento de assistir tv nos finais de semana não nada que preste, a solução é correr para o pc ou sair com a familia, pq a televisão brasileira está em decadência.
nada q uma TV fechada não ajude...
Inversão de valores é o que tem feito muitas familias serem destruidas, pois se os pais desses preferencia aos filhos não usaria a TV como Baba, e os filhos não se tornariam fantoches do que a midia impoe, mas nisso tudo fico feliz em duas coisas, do texto de minha esposa Linda, e de ter sido publicado aqui no #T7. Valeuuuuuuuu
Evang_Felipe
Concordo com mt do texto, mas o Henrique diz uma coisa que é fato. A programação dos canais pagos é bem mais propicia pra familia do que a dos canais populares.
Isso é ruim, pois a boa informação se restringe ao bolso, e isso torna injusta a forma.
Muitos seriados e filmes meus filhos só poderão assistir nos canais pagos, sendo que a informação deveria ser livre e talz, mas... não é assunto pra se discutir num coment de post.
Muit bom o texto, parabéns!
@jrvolkov
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