Porrada, porrada!

por Pr. Márcio de Souza

A membresia cansou de apanhar, mas esqueceu como reagir. A igreja está estatelada olhando o bonde da história passar e apática diante da ação de pastores e líderes megalomaníacos e sem caráter. É gente sendo explorada por campanhas absurdas que tiram do povo até o que ele não tem. São pastores intocáveis, “untados” que se dizem ungidos, e por conta desse título olham o povo de cima para baixo e se tornam distantes de qualquer contato com as ovelhas.

Além disso, existe uma cultura estabelecida na igreja que, quando não exalta a teologia da prosperidade, proclama a teologia do sofrimento. É pancada de todo lado! Ou está no trono ou está na lama. Não tem equilíbrio, não tem meio termo.

O movimento neo-pentecostal tornou homens em semi-deuses. O profeta é irrefutável, sempre certo e detém a alcunha de “boca de Deus”. Dele sai a diretriz, o manto, o mistério (que nem sempre é revelado). Quando o pseudoprofeta resolve abrir a boca, meu amigo, é pancada pra todo lado. Não sobra nada pra ninguém. É mulher com câncer na próstata, homem com problema no ovário, gente casada há 10 anos esperando o varão certo e por aí vai.

Pra completar, tem as rádios evangélicas que tocam sempre as mesmas 25 músicas que tocam em todas as outras emissoras, recebem o jabá da gravadora e enchem a nossa paciência com um festival de chuva, fogo, benção e palavras proféticas. Quando você é tocado para ter misericórdias e convidar um irmão desse pra cantar na sua igreja vem a surpresa: uma bela quantia em dinheiro e ainda a banquinha exposta com todos os produtos do artista. É, meu amigo, como diria Gabriel o pensador, “até quando você vai levando porrada, até quando vai ser saco de pancada?”

E no mais, tudo na mais santa paz!