Pipoca&Letra 007."Toy Story 3"

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Desde 1995, me encanto com as obras da Pixar.

Me lembro bem de ter visto um documentário falando sobre a produção do que viria a ser talvez o maior clássico do estúdio: como havia sido a escolha dos dubladores do caubói Woody e do boneco astronauta Buzz Lightyear; o storyboard completo do filme, e os bastidores daquela que seria a mais importante empresa de animação do planeta – foi amor a primeira vista. Me apaixonei pelo filme e pelos seus responsáveis.

Ganhei de aniversário no ano seguinte ao lançamento nos cinemas o VHS daquela obra prima: Toy Story. É difícil mensurar a tristeza que me abateu quando acabei estragando a fita de tanto assistir àquele maravilhoso longa de animação. Tristeza que foi substituída por outras fitas, mas que jamais me agradaram tanto quanto aquela.

Depois de conhecer outros filmes do estúdio, já com meus 13 anos e assistindo muitos e muitos filmes, tive a chance de ver Toy Story 2 – e mais uma vez me encantei com o universo dos brinquedos, me identificando cada vez mais com o menino Andy, e imaginando se meus bonecos ganhavam vida enquanto eu dormia cansado de tanto brincar com eles.

Quinze anos se passaram desde o primeiro longa animado da Pixar. Minha admiração cresceu a cada filme: Vida de Inseto, Monstros S.A, Procurando Nemo, Os Incríveis, Carros, Ratatouille, Wall-E e Up – cada um com sua peculiaridade, ritmo e personagens que me arrebataram. No entanto, nenhum deles me cativou tanto quanto a velha história dos bonecos devotados ao seu dono, que sempre acabavam se metendo em alguma confusão, e que sempre voltavam para casa no final da história.

Fui ao cinema assistir Toy Story 3 pronto para rever estes velhos amigos. Matar saudade e me encantar outra vez. Mas algo me dizia que desta vez seria especial.



O início do filme, mostrando como Andy cresceu, é de tirar o chapéu: impecável, divertido e sensível. Mas Andy agora está crescido, prestes a ir para a faculdade. E seus brinquedos, tão queridos na infância, estão guardados dentro de um velho baú e fazem de tudo para chamar a atenção de seu dono na ânsia de brincarem outra vez, ou de pelo menos serem tocados por ele.

Logo no início, já nos é dito que alguns brinquedos “se perderam pelo caminho”, e que um destino está reservado aos velhos bonecos: o lixo, a doação ou o sotão. Por se tratar do local mais próximo de seu dono, os brinquedos preferem, é claro, o sótão… mas essa decisão não cabe a eles.

Andy decide guardá-los (com exceção de um, que irá com ele para a faculdade), ao invés de abrir mão deles. Mas um engano acaba levando todos os bonecos à Sunnyside, uma creche que a princípio nos é exibida como um lugar feliz – as cores vivas e quentes nos fazem acreditar na pureza do local. No entanto, quando a noite chega, as cores assumem um ar tenebroso, cheio de sombras: Sunnyside se transforma em um lugar perigoso para os velhos brinquedos do Andy.

A profundidade da versão 3D não chega a ser ruim, mas outros filmes com certeza exploraram melhor o formato – o que, no entanto, não mancha nem um pouco a obra de arte que nos é apresentada.
Toy Story 3 é mágico. A trilha sonora que me conquistou nos dois primeiros filmes se repete com uma competência ainda maior aqui (a versão em espanhol de “You’ve Got A Friend In Me” é perfeita). Randy Newman cumpriu sua missão e me nocauteou outra vez.

As expressões de cada brinquedo são de dar inveja até em atores experientes (risos). O grande coração de Woody nos conquista mais uma vez. As cenas engraçadas ficaram por conta do boneco Ken e de um Buzz Lightyear como você nunca viu antes! Além disso, é preciso dizer que o óbvio não existe aqui – não exitem referências insistentes aos outros filmes da série ou piadinhas recorrentes, a originalidade deste terceiro filme impressiona.

Com vilões excelentes e uma narrativa bem construída, Toy Story 3 é sem dúvidas o mais sensível e o mais divertido da série (e talvez o mais emocionante da Pixar até aqui).

A sequência final consegue superar em muito alguns filmes de ação que vemos por aí – e o desfecho desta cena é de fazer qualquer marmanjo se debulhar em lágrimas.

E o que dizer do fim de tudo? A despedida é emocionante. Confesso que não consegui conter as lágrimas (que voltam aos meus olhos só de lembrar).

Eu, que convivi quase a vida inteira com os filmes, que acompanhei o crescimento da Pixar assistindo e admirando cada uma de suas obras, saí da sala de cinema com o rosto inchado de tanto chorar, com a sensação de que tinha acabado de me despedir de velhos amigos.

Um pedaço de mim ficou naquela sessão para sempre.



by GG (Publicado também na coluna "Cinema", no blog Caverna do Jedi)

3 comentários:

Josias 18 de julho de 2010 às 14:28  

Vou ver o filme depois comento.
Mas pela sua descrição deve ser bom mesmo

morena moraes 20 de julho de 2010 às 19:13  

digo lá, e digo aqui: GG consegue exprimir tudo aquilo que eu não consigo externalizar!

TS3 mudou a minha história!

@morenamoraes

Samuel Varela 5 de agosto de 2010 às 02:20  

GG.. faço minhas as suas palavras. Você expressou nesse post exatamente aquilo que penso sobre o filme. E ainda digo mais. Toy Story 3 é um filme perfeito. Chorei muito também ao vê-lo, e ainda mais, por um motivo muito especial.
Nesse mês de julho, uma grandissíssima amiga minha, a qual gosto muito dela até um pouco mais do que só como amiga (se é que me entende), veio passar as férias aqui na minha cidade, pois ela mora em Fortaleza. Fomos a vários lugares e fomos também algumas vezes ao cinema. Mas um que eu queria muito ver com ela era Toy Story 3. Eu nem fazia ideia de como seria a história desse terceiro filme. Pois não quis ler nada sobre ele. Mas só que o cinema daqui atrasou e ele só veio estrear no dia em que ela ia viajar de volta para Fortaleza. E assim ela não pode ir assistir comigo.
A família dela mora em Fortaleza, e no final desse ano de 2010 eles estão de mudança para virem morar aqui no Crato, mas, ao que tudo indica, ela não virá, pois ano que vem pretende ir para a faculdade (olha só a semelhança com o filme) e não virá junto com a família, vai ficar morando lá com uma tia dela. Pois aqui não tem o curso que ela quer.
Então no outro dia, um sábado, fui ver o filme sozinho, e quando me deparei com a história de Andy ir para a faculdade e ter que abandonar seus brinquedos, eu cai em lágrimas. Nunca um filme me emocionou tanto como esse. Ao voltar para casa, de ônibus, fui com olhos ainda cheios de lágrimas.
O filme é maravilhos, é alegre, é triste, tem suspense, tem ação... tem tudo... até um pouco de terror em algumas cenas com aquele bebê....
Sei agora um pouco do que o Woody e seus amigos brinquedos devem ter sentido.
E o T-7 mais uma vez me faz chorar. Já a terceira vez só hoje. Por isso que agora só leio a noite em casa... hehe

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