O Reino (des)encantado da Vulgaridade

"A essência da vulgaridade está na falta de sensibilidade."
(John Ruskin)

É triste ver como a cultura popular tem se tornado tão vulgar e tão imunda. É lamentável ter que vigiar o que nossos filhos assistem, com quem conversam no MSN, o que assistem na TV, os filmes que escolhem na locadora, as amizades que selecionam ter, e ainda assim não sentir segurança. Apesar de todo cuidado, ainda falta-nos a certeza de que tudo estará bem.

Onde estão os filmes que fizeram que eu me apaixonasse perdidamente pelo cinema, os livros que nos ensinavam e alimentavam nosso prazer - quase sempre insubstituível - de ter a literatura como companheira, as belas canções  que tocavam nossos corações ou transformavam nosso modo de agir, pensar e viver? Para encontrá-los, é preciso paciência, afinco e coragem: o tesouro não está visível e a dificuldade de encontrá-los é uma aventura perigosa.

Conversando com um amigo, que teve a capacidade de me apresentar a letra de uma certa música chamada "Surra de Bunda" (se é que podemos chamar isso de música), tive a certeza de que o reino da vulgaridade cresceu e consolidou-se em nosso meio. 

A tal letra fez-me sentir um incompetente: como fazer brilhar a luz de Cristo e fazer prevalecer os princípios familiares em um mundo que prefere olhar para a bunda de uma mulher e desejá-la, como se mulheres fossem objetos descartáveis, ítens colecionáveis ou instrumentos sexuais? O que é mais fácil: convencer um drogado a se tratare ou um viciado em pornografia a abandonar sua conduta?


Que safado, tá gostando!
Tá achando muito bom...
Vendo bunda rebolando e descendo até o chão!
Tá achando muito facil
Com a tequila, tá chapado
Deixa ele experimentar...
A nossa surra de bunda!!!
Bate com a bunda, bate com a bunda!
Bate , bate, bate ! Com a bunda!!!
Bate com bunda, bate com a bunda!
Bate , bate ! Com a bunda!!!


Esta letra é inacreditável! Como nos rebaixamos tanto? Onde foi que nós deixamos cair a nossa moralidade? Será que realmente compreendemos o significado de "liberdade de expressão" ou simplesmente o moldamos conforme a necessidade da ocasião? 

O mais triste, porém, é que fomos nós mesmos que construímos o legado de impureza e futilidade que deixaremos para nossos filhos. O fizemos com o rastro deixado pelos nosso comodismo. Nos sentamos com um  grande balde de pipoca e nos divertimos com tudo que a TV vomita em nosso colo dia e noite: pura imbecilidade!

A decisão agora é nossa: ou continuamos nesta estrada imunda que não dará em lugar nenhum, ou pegamos a estreita e perigosa contra-mão do sistema.


by GG

19 comentários:

Danilo Cardoso 28 de abril de 2010 às 21:50  

Cara... Maravilhosos texto como sempre
Eu tb não entendo como o ser humano pode se rebaixar tanto, isso não é letra e muito menos música, é prova da falta de inteligência de uma pessoas desprovida de Deus.

Além da questão teológica da coisa, a cultura está muito ligada à educação do individuo, na Finlândia por exemplo a música erudita seria o nosso pagode, o mulek aprende desde muito cedo. Vai pra rua e pergunta ao povo o que é música erudita... imaginem as respostas:

- Um novo ritmo nordestino?
- Uma dança nova?
- Não sei não, mas tendo bunda...

Eitaaa Brasil...
Aqui quem fala é Danilo do www.cabecajovem.com
Fã de rock ao som de piano e violinos

Ira Croft 28 de abril de 2010 às 23:14  

Adorei!! Nossa esse foi o melhor texto que ja li aqui... direto, sincero e verdadeiro.
Realmente parcela da culpa vem da generalização da falta de bom senso da sociedade, e é nesses momentos que agradeço a minha mãe, que na infância além de ler as estórias e histórias me dava livros de presente, prazer que possuo até hoje, ler; agradeço pelas belas músicas clássicas, e aquelas que cuja letra representavam as opniões do povo, agradeço pelo por me ensinar a apreciar as mais belas artes cinematográficas...e principalmente a optar por ter uma vida melhor, emocional e espiritual consigo e com todos.
Não posso fingir que músicas como essas não estão por ai, mas se depender de mim, é assim que serei a mãe para meus filhos, educação em todos os sentidos!

T-7 29 de abril de 2010 às 09:39  

INTRUÇÕES DA PROMOÇÃO RELÂMPAGO:

Se você quer participar do #7Cast 21, além de precisar ter uma conta no Skype e um microfone decente, precisa ser criativo:

Comente aqui dizendo o que mais te irrita na vulgaridade humana (baseado no post acima, é claro). O dono do coment mais interessante participa da gravação do #7Cast 21 (e ainda vai levar um prêmio surpresa que só contaremos no dia da gravação).

Então correee!!!!!!!!!!!!!!

Danilo Cardoso 29 de abril de 2010 às 09:40  

Solução para toda essa porcaria da nossa pobre culura:

- Deus
- Educação decente
- Leitura
- Pais envolvidos na educação dos filhos

Julião 29 de abril de 2010 às 09:50  

O que mais odeio na vulgaridade humana é a nossa insistência em continuar criando músicas sem noção, filmes sem sentido e alimentar assim cada dia mais a nossa sede de imundícia!

#prontofalei

Ira 29 de abril de 2010 às 09:57  

O que mais me irrita nisso tudo é o insentivo que a mídia faz em favor dessa falta de cultura e bom gosto! É difícil uma criança aprender a ler, quando tudo ao seu redor ensina só Bunda!

#prontofalei [2]

Rafael 29 de abril de 2010 às 10:19  

É de "Rebolation" à "Bonde do Tigrão": a cultura popular brasileira se transformou de belas poesias cantadas (MPB) em horrorosos monstros pornográficos.

Isso não é cultura, é atentado!!!

Anônimo 29 de abril de 2010 às 10:32  

Esse amigo seu em... vou te contar... cada amizade que esse GG tem...

o video no youtube dessa dança é de vomitar, pensa em uma mulher suada! vai la e assisti!

Samuel Varela 29 de abril de 2010 às 10:37  

"Surra de Bunda"!!! Dou graças a Deus que até hoje nunca ouvi essa musica... só agora que ouvi falar dela... Mas já ouvi a Dança da bicicletinha, acho que é assim...
Quando ouço essas coisas fico imaginando como pode alguém perder tanto a noção do bom senso assim??? Como pode algumas mulheres de hoje estarem dando tão pouco valor ao seu corpo e se expor dessa maneira??? Como pode homens criarem musicas tão sem pudor como essas???
Que Deus tenha misericórdia dessas vidas...

Dan 29 de abril de 2010 às 10:59  

Vergonhoso. Só tenho isso pra dizer sobre esse tipo de "música"... VERGONHOSO!

E não é preconceito: é uma conclusão que tirei simplesmente observando o conteúdo da maioria dos funks nesse estilo - CULTURA INÚTIL!

Desculpem-me os que gostam, mas funk não é música não, gente! Que terror! Que nojo dessa vulgaridade! Arhg!

Kely 29 de abril de 2010 às 11:10  

Vou resumir minha opinião... Odeio, abomino, mas... se está no topo das pedidas, idem Rebolation, é porque algum insano tá pedindo, tá gostando, tá ouvindo... Enquanto houver "ouvidos-pra-lixo" a coisa bandeará pra isso. Tenho saudades do funk bem bolado, made in USA, tão diferente deste pobre e desconceituado repeteco de batidão com letras pobres... Desviaram o funk rsrsrs...

To revoltada... Não aguento mais ver P...P...P... em TV. Caia Faustão, Caia Gugu, Caia Celso Portioli, Caia Eliane, Caia Luciana Gimenez e toda essa geração que só sabe difundir essa praga que me causa indigestão...
To boa hj não, por isso fiz um batidão:

Minha senhora, meu senhor
Não ligue a televisão
Só tem cena de horror
Só peitão, só bundão

Um monte de gente gritando
Porque cantar não cantam, não
Fazem rimas apelando
Rebolando até o chão

Não aguento mais ouvir
Não aguento mais nem ver
Esse tal de funk aí
Só me faz empobrecer

Porque a letra é um lixo
A rima é um esculacho
A melodia é sempre a mesma
É um tum tum tum que fica embaixo

E para terminar
Fica aqui minha (a)versão
Funk é andar pra trás
Ao som de um chato batidão.

:#

Anônimo 29 de abril de 2010 às 11:10  
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo 29 de abril de 2010 às 11:14  
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo 29 de abril de 2010 às 11:17  

É triste também ver o livro COMO SE TORNAR O PIOR ALUNO DA ESCOLA ser publicado.
Veja o post e os comentários no meu blog:
http://blogdaleilahh.blogspot.com/2009/12/como-se-tornar-o-pior-aluno-da-escola.html
Ah...parabéns pelo post.Vou linkar.
Abraço.

Bruna Oliveira 29 de abril de 2010 às 14:29  

muito bom o texto!!!
a vulgaridade já passou dos limites e nós temos nos conformado e muitas vezes o temos como algo normal.e o pior de tudo é o que acontece com nós mulheres ,o que tem de musica nos exculhambando,e algumas delas ainda cantam e daçam como se fosse o mair dos elogios!!! as vezes me pergunto onde esse mundo vai parar!
"não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."

Débora Betel (Borel) 29 de abril de 2010 às 17:44  

Andar na contra-mão do sistema é como nadar contra a correnteza. Quanto mais subimos o leito do rio, mais forte fica a correnteza, pois é onde se econtram as maiores quedas d'água. Realmente, diante de tanta banalização, precisamos nadar com os braços do Espírito Santo pra não morrermos na praia.
Deus te abençoe pastor!

GG 29 de abril de 2010 às 17:53  

Valeu pelo coment, Débora.
Mas não sou pastor não - heheheheheeeeeee.

=P

Fabio 29 de abril de 2010 às 23:51  

Parabéns... ótimo texto, fiquei tanto tempo sem enxergar que ainda haviam tantos seres pensantes na nossa realidade que é um Oasis encontrar blogs como o seu num mar de Vulgaridades !

Fabio 29 de abril de 2010 às 23:52  

ERRATA oops não mar de vulgaridades... Deserto de vulgaridades hehehe...

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