Se o túmulo de Cristo ficou vazio, então, Deus aceitou Sua oferta pelo pecado, e estamos livres.
Mas se a Cruz estiver vazia, nosso velho homem escapou ileso, e portanto, ainda vivemos sob a égide do pecado.
A Cruz é eterna! E a prova disso é que as Escrituras nos informam que o Cordeiro foi morto desde antes da fundação do mundo.
Há uma cruz histórica ocorrida na plenitude dos tempos, e que nada mais é do que a manifestação de uma cruz meta-histórica, ocorrida fora do tempo e do espaço.
O que acontece na eternidade não tem começo nem fim. Nesse sentido, a cruz é coexistente com Deus. Desde que há Deus, também há Cruz.
Por isso, quando o céu se descortina diante dos olhos de João, o trono que se vê é ocupado por um cordeiro "como que houvesse sido morto".
Ele ressuscitou! Porém, Seu sacrifício não durou apenas seis horas.
As mãos que criaram o Universo foram mãos crucificadas. Aos olhos de Deus, tanto o trono, quanto a Cruz, estarão sempre ocupados por Jesus.
Enquanto esteve na cruz histórica, o trono não ficou vago. E enquanto ocupa Seu trono de glória, a Cruz não está vazia. Nisso reside nossa salvação.
Se Jesus houvesse descido dessa Cruz meta-histórica, não haveria razão para que Paulo declarasse: "Estou crucificado com Cristo". Ele não disse que havia sido crucificado, no passado. Ele disse que estava, naquele momento, crucificado com Cristo. Portanto, Cristo continuava na Cruz, e Paulo com Ele. Se Ele desce da Cruz, nosso velho homem escapa.
O sepulcro, porém, está vazio. O sepultamento de Jesus é um fato histórico, porém, não meta-histórico. Sua ressurreição também é histórica. Mas Sua Cruz vem antes de todos os antes, e será sempre viva depois de todos os depois. Por isso, no dizer de Paulo, o Cristo que pregamos é o CRUCIFICADO. Engana-se quem imagina que a Cruz foi a vergonha que só foi sublimada pela glória da Ressurreição. Não! Jamais houve manifestação maior da glória de Deus do que a revelada no Gólgota. Foi aquela glória que Ele desejou, ao pedir que o Pai lhe restituísse a glória que recebera antes que houvesse mundo.
As mãos que mantém as órbitas planetárias ainda exibem as cicatrizes. Sob a coroa de glória que há em sua cabeça ainda se vê as marcas deixadas pelos espinhos. O resplendor dos Seus pés é incapaz de disfarçar as feridas feitas pelos cravos. Embora tenham sido feitas num determinado tempo, tais feridas adentraram a eternidade e por isso, tornaram-se co-eternas em Deus. Se fôssemos capazes de retroceder no tempo, e reencontrássemos o Criador caminhando com Adão pelo Jardim, certamente veríamos as marcas. Ele as exibe como troféus, prova do Seu grande e incompreendido amor por Sua criação.
Fonte: Genizah Virtual
1 comentários:
Excelente esse texto. Parabéns!
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